IVA no Brasil: como funciona, quem deve pagar e quais são os impactos na economia?

IVA

O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um dos pilares da Reforma Tributária aprovada no Brasil e deve transformar a forma como os tributos sobre consumo são cobrados.

O IVA busca simplificar regras, aumentar a eficiência do sistema e trazer mais transparência para empresas e contribuintes.

Neste artigo, vamos aprofundar o conceito do IVA, seu funcionamento e os possíveis impactos na economia brasileira. Confira: 

O que é IVA? 

O Imposto sobre Valor Agregado, ou IVA, é um tributo que incide sobre o valor que é adicionado a um produto ou serviço em cada etapa de sua produção e comercialização. 

Diferente de outros modelos tributários, o IVA busca evitar a cumulatividade, garantindo que o imposto seja aplicado apenas sobre o valor agregado em cada fase da cadeia produtiva.

Como funciona o IVA?

O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um modelo de tributação que unifica diferentes impostos, promovendo maior transparência e simplificação no processo. 

Ele é um imposto indireto aplicado ao consumo de bens e serviços e está presente em diversos países, incluindo os da União Europeia.

Diferentemente de sistemas que cobram tributos elevados sobre o produto final, o IVA é recolhido em cada etapa da cadeia produtiva, desde a matéria-prima até a venda ao consumidor. 

No entanto, o imposto incide apenas sobre o valor que foi agregado ao bem ou serviço em cada fase do processo. Assim, evita-se a chamada “tributação em cascata”, tornando o sistema mais justo e eficiente.

O IVA é calculado como uma porcentagem sobre o preço de venda e pode variar conforme o país ou o tipo de produto. Em alguns casos, bens essenciais, como alimentos e medicamentos, podem ter alíquotas reduzidas.

As empresas que cobram o IVA de seus clientes devem repassá-lo ao governo, mas podem deduzir o imposto pago na aquisição de insumos ou serviços relacionados ao negócio. 

Esse processo garante que o tributo seja recolhido apenas sobre o valor efetivamente agregado, mantendo a transparência na tributação e facilitando o cumprimento das obrigações fiscais.

Como será o IVA no Brasil? 

O IVA Dual foi o modelo adotado com a Reforma Tributária, que prevê a criação de dois impostos sobre o consumo no Brasil:

A transição para esse novo modelo será gradual, com implementação completa prevista para 2033.

Quais são os motivos para a adoção do IVA no Brasil?

O sistema tributário brasileiro é conhecido por sua complexidade, com múltiplos impostos incidindo sobre bens e serviços, como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS. 

Essa complexidade resulta em uma carga tributária elevada e desafios para as empresas no cumprimento de suas obrigações fiscais. 

A proposta de implementação do IVA visa simplificar esse cenário, unificando esses tributos em um único imposto sobre o valor agregado.

Quais tributos serão substituídos pelo IVA? 

A Reforma Tributária prevê substituição dos seguintes impostos pelo IVA:

  • PIS (Programa de Integração Social): contribuição federal destinada a financiar o seguro-desemprego e abonos para trabalhadores.
  • Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): tributo federal que financia a seguridade social, incluindo previdência, saúde e assistência social.
  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): imposto federal que incide sobre produtos industrializados, tanto nacionais quanto importados.
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): tributo estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e alguns serviços.
  • ISS (Imposto Sobre Serviços): imposto municipal que incide sobre a prestação de serviços.

A unificação desses tributos em um único imposto busca simplificar o sistema tributário, reduzir a burocracia e aumentar a eficiência na arrecadação.

Quais são os impactos esperados do IVA na economia brasileira? 

A chegada do Imposto sobre Valor Agregado deve redefinir a forma como empresas e governo se relacionam com a tributação sobre o consumo no Brasil. 

O novo modelo busca simplificar regras, aumentar a transparência e alinhar o país a práticas já adotadas em diversas economias. 

Ao mesmo tempo, traz pontos de atenção que precisam ser acompanhados de perto, como a definição das alíquotas e os efeitos da transição para diferentes setores, confira: 

Simplificação e eficiência tributária

A implementação do IVA promete simplificar o complexo sistema tributário brasileiro. Com a unificação de múltiplos impostos em um único tributo, espera-se uma grande redução na burocracia, facilitando o cumprimento das obrigações fiscais pelas empresas. 

Essa simplificação deve resultar em um ambiente de negócios mais favorável, estimulando investimentos e o crescimento econômico.

Transparência e combate à sonegação fiscal

O modelo do IVA proporciona maior transparência na cadeia produtiva, já que cada etapa do processo de produção e comercialização é tributada de forma clara e específica. 

A transparência do sistema dificulta práticas de sonegação fiscal, pois cada participante da cadeia precisa comprovar o valor agregado e os impostos pagos nas etapas anteriores para obter créditos tributários.

Competitividade internacional

Com a implementação do IVA, o Brasil se aproxima das diretrizes fiscais adotadas por mais de 170 países, modernizando sua estrutura tributária e fortalecendo sua posição no mercado global.

A simplificação das regras e a maior transparência na cobrança de impostos podem estimular a entrada de capital estrangeiro, impulsionar as exportações e ampliar a participação do país no comércio internacional.

Possíveis desafios e preocupações

Apesar dos benefícios esperados, a implementação do IVA no Brasil traz diversos desafios, um dos principais é a definição da alíquota do imposto. 

Estudos indicam que o IVA pode chegar a 28,4%, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o que representa um aumento em relação às projeções iniciais. 

Além disso, é fundamental garantir que a transição para o novo sistema seja feita de maneira a não prejudicar setores específicos da economia ou aumentar a carga tributária para determinados grupos.

Quando o IVA começa a valer?

A implementação do IVA no Brasil está planejada para ocorrer de forma gradual. A partir de 2026, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) serão testados no Brasil, mas não serão imediatamente cobrados nesse primeiro momento.

As empresas deverão emitir na nota fiscal um valor que corresponderia aos novos tributos, permitindo que a administração pública verifique a viabilidade do novo modelo e realize as adaptações necessárias. A transição completa para o novo sistema está prevista para ser concluída em 2033. 

Quem precisa pagar o IVA?

No novo sistema tributário, a responsabilidade pelo pagamento do IVA será compartilhada por todas as empresas envolvidas na produção e comercialização de bens e serviços no Brasil.

Desde os fornecedores de insumos até os pontos de venda finais, cada negócio terá a obrigação de recolher o imposto sobre a parcela de valor que adiciona ao produto ou serviço, garantindo que a tributação seja proporcional ao valor agregado em cada etapa.

Qual será a alíquota do IVA no Brasil?

A definição da alíquota do IVA no Brasil ainda está em discussão. Estima-se que a alíquota padrão fique em torno de 28%, embora esse valor possa variar conforme as deliberações finais das autoridades competentes. 

Embora traga desafios, especialmente durante o período de transição, espera-se que o IVA contribua para um sistema mais eficiente e transparente, beneficiando tanto as empresas quanto os consumidores.

Como preparar sua empresa para a transição da Reforma Tributária?

Com a Reforma Tributária em andamento, é essencial que as empresas se preparem para cumprir as novas exigências assim que a transição começar. 

Durante esse período, será necessário operar sob duas perspectivas tributárias: a atual e a nova. Para garantir conformidade e evitar impactos negativos, as empresas precisam adotar medidas estratégicas e se antecipar às mudanças.

Nesse cenário, contar com tecnologia especializada faz toda a diferença para garantir conformidade, eficiência e segurança.

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