Reforma Tributária 2026: ajustes fiscais para iniciar o ano em conformidade

reforma tributária 2026

A Reforma Tributária do Consumo entra em vigor em janeiro de 2026 e inaugura um novo modelo de tributação no Brasil.

Nas próximas semanas, as empresas precisam concluir os ajustes necessários para iniciar o ano já adaptadas ao sistema de IVA Dual, formado pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).

O prazo para adaptação está chegando ao fim. Nas próximas semanas, as empresas precisam concluir os ajustes que garantirão a conformidade no início da transição,  desde a atualização de cadastros e integrações fiscais até a configuração dos sistemas de cálculo e mensageria.

 O novo modelo tributário

A Reforma substitui cinco tributos atuais (PIS, Cofins, ICMS, ISS e parte do IPI) por três novos:

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): tributo estadual e municipal que substitui ICMS e ISS.
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): tributo federal que substitui PIS, Cofins e parte do IPI.
  • Imposto Seletivo (IS): incide sobre produtos e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e veículos altamente poluentes.

Com regras unificadas de incidência, crédito e apuração, o modelo elimina a sobreposição de normas e reduz a complexidade fiscal.

👉 Leia mais: Imposto Seletivo na Reforma Tributária: O que é, por que foi criado e quais os seus impactos?

 Cronograma atualizado da transição

A fase de testes e ajustes da Reforma está chegando ao fim. A partir de janeiro, os novos campos passam a ser obrigatórios nos documentos fiscais eletrônicos.

AnoMarco principal
2025Publicação das normas complementares e fase final de testes com novos campos fiscais
2026Início da aplicação prática da Reforma Tributária — campos para IBS, CBS, IS e cClassTrib tornam-se obrigatórios
2027–2032Período de transição com convivência entre tributos antigos e novos
2033Consolidação completa do novo sistema de IVA Dual

Durante essa etapa inicial, empresas deverão emitir documentos fiscais já no novo layout, mesmo que alguns recolhimentos ainda sigam o regime atual.

O que muda na rotina fiscal a partir de janeiro?

A partir de 2026, a emissão e o cálculo de tributos passam a depender de novos campos, códigos e integrações tecnológicas.

Documentos fiscais eletrônicos

Notas fiscais deverão conter informações sobre IBS, CBS, Imposto Seletivo (obrigatório a partir de 2027) e cClassTrib,  o novo Código de Classificação Tributária, que define o tratamento fiscal de cada item.

O preenchimento incorreto ou ausente pode gerar rejeição automática e impactar o aproveitamento de créditos tributários.

Split Payment

O Split Payment começa a ser testado em operações eletrônicas, separando automaticamente o valor do imposto no momento do pagamento.

O sistema de pagamento repassa o IBS e a CBS diretamente ao Fisco e o valor líquido ao vendedor.

Isso exige integração entre ERP, mensageria e meios de pagamento para garantir conformidade desde o primeiro dia de operação.

👉 Split Payment e a Reforma Tributária: o futuro da arrecadação fiscal no Brasil

Apuração Assistida

A Apuração Assistida é o novo modelo de cálculo em que o Fisco passa a atuar junto ao contribuinte. Com base nos documentos fiscais eletrônicos emitidos, o Comitê Gestor do IBS e a Receita Federal produzem uma prévia dos tributos devidos.

As empresas deverão validar essas informações, corrigindo eventuais divergências. Esse modelo reduz erros, aumenta a transparência e padroniza a apuração em todo o país.

Para que funcione, é essencial que documentos fiscais sejam emitidos corretamente, com campos como o cClassTrib preenchidos.

Últimos ajustes que sua empresa precisa fazer

Com a entrada em vigor iminente, o foco agora deve estar em ajustes operacionais e técnicos.

Revisar cadastros e classificações fiscais

Cada produto e serviço precisa ter o cClassTrib correto. Essa revisão evitará rejeições de notas e inconsistências na apuração assistida.

Validar integrações entre sistemas

O ERP deve estar preparado para se comunicar com o motor de cálculo fiscal e com a mensageria de forma totalmente integrada, garantindo que cada operação seja validada antes da autorização da nota fiscal.

Essa integração precisa assegurar:

  • Envio automático dos dados das transações do ERP para o motor de cálculo, que aplica as regras tributárias do IBS, CBS e IS com base no cClassTrib;
  • Retorno imediato dos valores calculados e fundamentação legal ao ERP, sem intervenção manual;
  • Transmissão segura dos documentos fiscais à mensageria, que valida o schema atualizado e envia o documento ao Fisco em conformidade com as novas Notas Técnicas;
  • Integração com o modelo de Apuração Assistida, permitindo acompanhar em tempo real as prévias do Fisco e corrigir divergências;
  • Compatibilidade com o Split Payment, garantindo que o valor do imposto possa ser segregado automaticamente no momento do pagamento.

Empresas que ainda não testaram seus ambientes de integração devem fazê-lo imediatamente, usando os ambientes de homologação do Fisco e simulando o fluxo completo:  ERP → motor de cálculo → mensageria → retorno da autorização fiscal.

👉 Leia mais: Como integrar ERP, obrigações acessórias e apuração tributária com eficiência em 2026?

Automatizar o cálculo e o envio das notas

A automação fiscal deixa de ser opcional e passa a ser condição para a conformidade no novo modelo tributário.

Com o início da Apuração Assistida e do Split Payment, cada nota fiscal precisa refletir regras atualizadas de IBS, CBS e Imposto Seletivo,  algo inviável de controlar manualmente.

Motores de cálculo como o AvaTax Brasil garantem que essas regras sejam aplicadas automaticamente, sempre alinhadas à LC 214/2025 e às Notas Técnicas em vigor.

Além de calcular tributos com precisão, a automação sincroniza o envio das notas pela mensageria, reduzindo rejeições, divergências de apuração e retrabalho.

Monitorar atualizações legais

A partir de 2026, a legislação tributária passa a evoluir de forma contínua, com ajustes frequentes nas Notas Técnicas, schemas e prazos definidos pelo Comitê Gestor do IBS e pela Receita Federal.

Por isso, o monitoramento deixa de ser uma tarefa pontual e passa a integrar a rotina de governança fiscal.

O ideal é que as áreas fiscal, contábil e de TI mantenham um fluxo regular de revisão, acompanhando publicações oficiais e testando atualizações nos ambientes de homologação.
 

Essa prática evita falhas em ambientes produtivos, garante conformidade constante e antecipa adaptações necessárias em sistemas e processos.

Ferramentas automatizadas ajudam, mas o acompanhamento humano segue essencial,  especialmente para interpretar impactos regulatórios e alinhar decisões estratégicas da empresa ao novo modelo tributário.

Conformidade e tecnologia em tempo real

A Reforma Tributária inaugura uma nova lógica de fiscalização e apuração: o Fisco passa a acompanhar as operações praticamente em tempo real.

Nesse cenário, a conformidade deixa de ser um resultado e se torna um processo contínuo, sustentado por automação e integração de dados.

Soluções fiscais em nuvem, como o AvaTax Brasil e a Mensageria DFe Avalara, operam nesse modelo,  calculando tributos, validando notas e aplicando atualizações legais de forma automática.

Mas o ponto central vai além da tecnologia: é a capacidade de transformar essas ferramentas em um ecossistema de conformidade, que conecta as áreas fiscal, contábil e de TI para responder rapidamente a qualquer mudança.

Em 2026, manter conformidade significa operar com informação sincronizada, sistemas integrados e monitoramento contínuo: os três pilares da nova gestão fiscal digital.

Créditos tributários e cashback

Com a não cumulatividade plena, empresas passam a ter direito a crédito em todas as etapas da cadeia, inclusive sobre insumos e serviços auxiliares.
 

A restituição de créditos será mais ágil e transparente, mas depende de documentos fiscais emitidos corretamente.

A Reforma também introduz o cashback tributário, que devolverá parte do IBS e da CBS a famílias de baixa renda, aumentando a justiça fiscal no consumo.

Governança e capacitação fiscal

A transição para o novo modelo tributário não depende apenas de tecnologia: exige mudança de cultura dentro das empresas.

A reforma cria uma rotina fiscal mais integrada e transparente, em que decisões precisam ser tomadas com base em dados e regras em constante atualização.

A governança fiscal deve evoluir para um modelo colaborativo, envolvendo áreas fiscais, financeiras, de TI e jurídicas em decisões conjuntas.

Mais do que treinar pessoas, é o momento de construir maturidade fiscal, alinhar processos, responsabilidades e comunicação entre áreas para que a conformidade se torne parte natural da operação.

 Checklist final para 2026

Antes da virada do ano, confirme se sua empresa já:

  • Revisou cadastros e cClassTrib de todos os itens;
  • Atualizou integrações de ERP e motor de cálculo;
  • Validou a emissão de NFe com novos campos de IBS, CBS e IS;
  • Testou o ambiente de homologação do Fisco;
  • Implantou processos para acompanhar a Apuração Assistida;
  • Capacitou a equipe fiscal sobre o novo modelo.

👉 Consulte também o FAQ da Reforma Tributária: perguntas e respostas sobre IBS, CBS, Imposto Seletivo e mais detalhes.

A Avalara pode ajudar a sua empresa na transição da Reforma Tributária 

A Reforma Tributária inaugura um modelo que busca simplificar a tributação do consumo e reduzir distorções nas cadeias produtivas. Para que isso funcione na prática, é essencial que os créditos tributários sejam amplos, automáticos e devidamente aproveitados.

O período de transição exigirá atenção redobrada. Empresas que se prepararem com gestão fiscal estruturada e tecnologia de automação estarão em vantagem, pois garantirão neutralidade tributária, fluxo de caixa equilibrado e competitividade no mercado.

Nesse cenário, contar com parceiros especializados faz a diferença. A Avalara oferece soluções completas que apoiam empresas de todos os portes na adaptação ao novo sistema:

  • AvaTax Brasil: cálculo automático de tributos no modelo híbrido (ICMS + CBS/IBS);
  • Mensageria DFe: emissão simplificada de documentos fiscais eletrônicos;
  • Tax Central: gestão tributária centralizada para todas as obrigações acessórias;
  • BPO Fiscal: terceirização inteligente do compliance tributário com especialistas Avalara.

Conheça as soluções Avalara para a Reforma Tributária e veja como sua empresa pode simplificar cálculos, emissão de documentos e apuração no novo modelo.

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